Relatório da administração

Exercício social de 2008

5. DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO
Os comentários da Administração sobre o desempenho
econômico-financeiro e o resultado das operações devem ser lidos em conjunto com as Demonstrações Financeiras e Notas Explicativas Auditadas. As alterações nas práticas contábeis introduzidas pela Lei 11.638/07, pela Medida Provisória 449 e pelos Pronunciamentos emitidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), não produziram impactos na comparabilidade dos resultados apresentados a seguir.

5.1. Receita Anual Permitida (RAP)
Em 2008, a Receita Anual Permitida (RAP) – principal fonte de receita da Companhia por meio do uso de seu sistema de transmissão por outras concessionárias do serviço público de energia elétrica, agentes do setor e consumidores, livres – atingiu R$ 1.802,4 milhões, o que representa um crescimento de 15,3% em relação a 2007. Conforme Resolução Homologatória da Aneel no 670, a Companhia teve sua RAP reajustada para o ciclo 2008/2009 em 11,53%, correspondente à variação acumulada no IGP-M relativo ao período de junho/2007 a maio/2008. Em bases anuais, o impacto previsto da Resolução 670 na RAP da Companhia será de um incremento de R$ 390,1 milhões para os próximos 12 meses, ou R$ 1.869 milhões ao final do ciclo 2008/2009, crescimento de 26,4% em relação ao ciclo 2007/2008.

5.2. Receita Operacional Líquida
A receita operacional líquida da CTEEP atingiu R$ 1.564,1 milhões em 2008, crescimento de 18,9% em relação ao mesmo período de 2007. A taxa média anual de crescimento, desde 2005 (CAGR – Compound Annual Growth Rate) foi de 8,98%.

5.3. Custos dos Serviços da Operação e Despesas Operacionais
Os custos dos serviços da operação e despesas gerais e administrativas apresentaram aumento de 19,0% em relação a 2007, alcançando R$ 427,7 milhões em 2008. O efeito da reversão de provisão para contingências, ocorrida em 2007, que trouxe uma variação positiva de R$ 48,1 milhões, foi o principal fator que impactou os custos e despesas da Companhia em relação ao verificado no ano corrente. Periodicamente, as contingências são avaliadas e classificadas segundo probabilidade de perda para a Companhia.

5.4. EBITDA
O EBITDA atingiu R$ 1.316,7 milhões em 2008, resultado 16,6% maior que o registrado em 2007. A taxa de crescimento média, desde 2005, foi de 28,8%. A margem EBITDA foi de 84,2%, pouco abaixo do verificado em 2007 e está sujeita à reclassificação de encargos regulatórios como Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), Conta de Desenvolvimento Energético (CDE); Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); e de despesas gerais e administrativas para deduções da receita operacional.

5.5. Resultado Financeiro
O resultado financeiro apresentou saldo negativo de R$ 293,4 milhões em 2008. Em relação a 2007, as principais variações foram o aumento de R$ 45,3 milhões nos juros passivos, decorrentes dos empréstimos contraídos no período, o registro da despesa financeira da amortização do ágio de R$ 26,4 milhões e que terá como resultado benefício fiscal para a Companhia. Dentro das receitas financeiras o principal impacto deu-se nas variações monetárias e cambiais – redução de 88,7% em relação ao ano anterior.

5.6. Lucro Líquido
Em decorrência dos eventos acima expostos, o lucro líquido do exercício manteve-se praticamente estável em relação a 2007 ao atingir R$ 827,1 milhões, redução de 3,3% perante o ano anterior.

5.7. Estrutura de Capital
A CTEEP, em linha com a estratégia de otimização da estrutura de capital, obteve recursos para o financiamento de seu crescimento por meio de fontes competitivas no mercado.
Foi aprovado, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, a liberação de R$ 329,1 milhões para o Plano de Investimentos Plurianual 2008/2010, o qual contemplará investimentos em reforços, novas conexões e manutenção das operações da Companhia. Os encargos correspondem à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) acrescida de 1,8% ao ano. A amortização será em 54 parcelas mensais a partir de janeiro de 2011, sendo que, até o início da amortização, os encargos são pagos trimestralmente. A Companhia encerrou 2008 com dívida total de R$ 856,8 milhões e dívida líquida de R$ 733,7 milhões, o que representa uma relação dívida líquida/Ebitda de 0,56 vezes.
Em dezembro de 2008, a Companhia emitiu Notas Promissórias no montante de R$ 200 milhões, ao custo de 120% do CDI e com vencimento para junho de 2009.
Do total da dívida, 70,4% refere-se a empréstimo contraído com o BNDES, sendo que o restante provém de outras instituições financeiras. Ao final de 2008, 60,0% do total de financiamentos da Companhia eram de longo prazo e indexados à TJLP e 40,0% de curto prazo, dos quais 27,3% indexados à TJLP.
A Companhia não possui política e não adota a prática de utilização de instrumentos financeiros derivativos.