CTEEP promove debates com especialistas internacionais para discutir tecnologia na transmissão
Soluções apresentadas nortearão projetos de pesquisa e desenvolvimento da companhia para os próximos anos
Nos dias 01 e 02 de março, a CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista promoveu a segunda edição do Painel Internacional para Prospecção Tecnológica em Manutenção. Realizado em São Paulo, o workshop reuniu engenheiros da empresa e especialistas de vários países para analisar os principais os desafios do setor. Grupos de trabalho apontaram ainda soluções que nortearão os futuros projetos de pesquisa e desenvolvimento da CTEEP.
Nos dias 01 e 02 de março, a CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista promoveu a segunda edição do Painel Internacional para Prospecção Tecnológica em Manutenção. Realizado em São Paulo, o workshop reuniu engenheiros da empresa e especialistas de vários países para analisar os principais os desafios do setor. Grupos de trabalho apontaram ainda soluções que nortearão os futuros projetos de pesquisa e desenvolvimento da CTEEP.
Para o presidente da CTEEP, César Ramirez, o crescimento da economia e o aumento da demanda por energia impactam a gestão das empresas do setor elétrico. “O sistema é cada vez mais complexo, é necessário inovar. Compartilhar conhecimento é fundamental nesse processo”, defende o executivo, que participou da abertura do evento. Já o diretor de operações da empresa, Celso Cerchiari, destaca a responsabilidade da CTEEP na cadeia produtiva. “A confiabilidade do sistema elétrico é um dos pilares para o desenvolvimento do País. Por isso decidimos discutir o futuro, analisar novas ferramentas e traçar estratégias para os próximos anos”, afirma.
A proposta do painel foi de promover a troca de experiências entre engenheiros do setor de manutenção da CTEEP e especialistas do Brasil e do exterior. Na primeira atividade do workshop, um painel de debates com executivos dos Estados Unidos, Canadá, Suíça e Portugal levantaram os principais problemas enfrentados pelas empresas de energia em todo mundo.
Engenheiro principal da Omicron Eletronics (EUA) e editor-chefe da revista PAC World, Alexander Apostolov defendeu que um dos principais desafios não é técnico, mas organizacional. “Em qualquer empresa, há grupos de pessoas que trabalham em áreas diferentes em um mesmo projeto. O desafio é vencer os ‘instintos tribais’, fazer com as equipes trabalhem em conjunto para que tudo funcione de forma inteligente”.
Apostolov também aponta outro problema, segundo ele, comum nas companhias de energia: a intensa mudança tecnológica. “Com constante mudança, não há tempo hábil para explorar todos os benefícios das ferramentas”, analisa. “É necessário investir mais tempo em uma solução, explorar todo seu potencial. Dessa forma é possível evitar o desperdício gerado por uma nova implantação”.
Formação de engenheiros
A formação dos novos engenheiros também foi tema de debate. O consultor sênior da KEMA Estados Unidos, David Cáceres, apontou a necessidade de repensar a formação dos profissionais. “O engenheiro elétrico precisa ter uma visão mais abrangente dos processos, as novas tecnologias exigem esse perfil”, afirma. Engenheiro principal da Kinectrics e professor da Universidade de Toronto, George Anders destacou ainda que “é preciso atrair a atenção dos estudantes para o setor, pois o mercado necessita de novos profissionais”.
Outro assunto levantado foi o investimento em novas tecnologias para o monitoramento dos equipamentos. Na visão de Serge Montambault, líder do programa de pesquisa e desenvolvimento da Hydro-Quebec (Canadá), o mercado pressiona as empresas para que façam “mais com menos”. “Essa equação somente é possível se houver investimento em novas tecnologias para acessar as informações e usá-las corretamente”, destaca.
O painel teve ainda a presença do líder de serviço para produtos de alta voltagem da ABB (Suíça), Werner Hofbauer, que apontou a dificuldade de geração com um dos principais problemas do sistema elétrico mundial. “Há um abismo entre demanda e geração de eletricidade, a China é um grande exemplo. Vários países estão no limite da capacidade e um sistema cada vez mais carregado impacta a confiabilidade”, alerta o executivo.
Grupos de trabalho
Após o painel, os profissionais da CTEEP e especialistas convidados foram divididos em três grupos de trabalho. Cada turma teve como missão enumerar soluções para a área de manutenção da CTEEP e criar estratégias para viabilizar os projetos em três áreas: comandos e controles; equipamentos; e linhas aéreas e subterrâneas. Também participaram dos trabalhos diretores, gerentes e especialistas da ABB, Cepel, Chesf, SEL, Siemens, Techsys e Universidade de Brasília.
No final do workshop, os grupos apresentaram seus resultados. O material foi registrado pela coordenação e servirá como base para os futuros projetos de pesquisa e desenvolvimento da companhia. “Entendemos que a inovação é uma atividade coletiva”, afirma a gerente do departamento de Gestão Estratégica da CTEEP, Doralice Ferro. “Preparar soluções para cinco ou dez anos é fundamental para nossa atividade e o investimento da CTEEP certamente contribuirá para o desenvolvimento não apenas da empresa, mas também de todo setor”.