Conexão Jaguar registra espécies ameaçadas de extinção no Pantanal

 
São Paulo, 30 de abril de 2020 - Com os objetivos de contribuir com a conservação da biodiversidade, a mitigação das mudanças do clima e o desenvolvimento local, o grupo ISA e a ISA CTEEP, em aliança com Panthera e South Pole, lançaram no Brasil, no final de 2019, o primeiro projeto do Programa Conexão Jaguar em parceria com a Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar, gerida pelo Instituto Homem Pantaneiro. Os primeiros registros do projeto surgem em meio às grandes discussões sobre a importância de atender as necessidades da sociedade e encontrar soluções que podem se originar da natureza.

A Serra do Amolar (formação rochosa localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia), se situa no entorno do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, declarado pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera desde 2000. O Pantanal, conhecido como "Mundo das Águas", é uma das regiões com maior biodiversidade de plantas e animais do Brasil e de grande interesse para a Convenção Ramsar, iniciativa internacional para conservação de áreas úmidas.

A partir das 48 armadilhas fotográficas instaladas na Serra do Amolar como parte do programa, foram registradas oito onças-pintadas e seis ariranhas, animais ameaçados de extinção. No total, foram 49 espécies de mamíferos, répteis e aves catalogadas nas áreas de estudo. “Os primeiros registros do Conexão Jaguar são muito animadores e demonstram que estamos no caminho certo da preservação da biodiversidade em uma região que é essencial para o Brasil e para o mundo”, afirma Rui Chammas, presidente da ISA CTEEP.

Até 2030, o programa estabeleceu o objetivo de conservar 400 mil hectares de floresta no corredor da onça-pintada na América Latina, por meio de 20 projetos. "Com a iniciativa no Brasil esperamos reduzir as emissões de aproximadamente 460 mil toneladas de gás carbônico nos próximos dez anos, contribuindo com a mitigação das mudanças do clima e propiciando outros recursos que ajudem a garantir a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento comunitário", explica Paola Bocardo, especialista em sustentabilidade da ISA CTEEP.

Desde 2016, o grupo ISA, do qual a ISA CTEEP faz parte, tem investido e financiado a estruturação e desenvolvimento de projetos de carbono florestal com potencial de gerar créditos certificados sob padrões internacionais. Este é o quinto programa conduzido pela companhia e o segundo maior em extensão territorial. As outras quatro iniciativas acontecem na Colômbia e Peru.

“O Brasil é um país carente de iniciativas empresariais que visam a conservação da biodiversidade associada ao desenvolvimento local. O apoio da ISA CTEEP é emblemático, vai muito além da preservação. Mostra que o futuro do planeta e a cura de muitas doenças podem estar na natureza”, diz Ângelo Rabelo, diretor de relações institucionais do IHP.

 
Conexão Jaguar e a preservação das espécies




ONÇA-PINTADA
A onça tem a capacidade de regular a distribuição, quantidade e comportamento dos animais de que se alimenta, mantendo a dinâmica dos processos ecológicos. Sua presença indica o equilíbrio entre os ecossistemas, pois é sensível à caça, fontes de água contaminadas e mudanças relacionadas ao uso da terra para agricultura, mineração e pecuária.





 
ARIRANHA
A ariranha tem baixa tolerância a interferências em seu habitat, por isso sua presença indica boas condições de conservação da área. Além disso, tendo costumes aquáticos, é indicativo de boa qualidade da água e uma comunidade saudável de peixes.







TATU-CANASTRA
As tocas construídas pelos tatus gigantes criam novos tipos de habitat, que são usados por outras espécies como um local de descanso e busca de alimentos. Além disso, suas tocas possuem túneis que ajudam na infiltração da água e na distribuição de nutrientes no chão da floresta. Estima-se uma redução de 30% em sua população, incluindo desmatamento e caça para consumo de carne e tráfico ilegal.



 

ANTA
A anta é um dos maiores mamíferos das florestas da América do Sul. É conhecida como "arquiteta da selva", se alimenta de diferentes frutos para que sejam bons dispersantes de sementes, ajudando na regeneração da área verde. Devido ao seu tamanho e peso (150 a 250 kg), quando fazem o seu caminho entre as plantas, criam estradas que são usadas por vários animais. Entre suas principais ameaças estão a caça e a perda de habitat.

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